20080215

Passar pela vida e não ver a vida passar por mim!

Desde algum tempo para cá, utilizo muito uma frase em forma de pensamento, quando em alguma conversa, ou simplesmente quando estou sozinha, imagino a minha vida a longo prazo, e que é "QUERO SER EU A PASSAR PELA VIDA E NÃO SENTIR A VIDA A PASSAR POR MIM". Gostava mesmo que isto se cumprisse! Gostava de sentir que estou a aproveitar tudo o que a vida tem para me dar, sentir que tenho que fazer uma coisa e fazê-la, e não sentir que as coisas na minha vida acontecem porque estava parada e fui simplesmente empurrada para ali...

Para que seja eu a passar pela vida, devo estar atenta aos seus sinais, para que me antecipe ao inevitável, de forma a não ser surpreendida, e se tiver que sofrer, que sofra menos assim.

Mas como perceber os sinais? Por vezes acho que quanto mais queremos distinguir no meio dos acontecimentos banais do quotidiano, menos conseguimos. Aliás, ás vezes interpretamos os factos à nossa maneira, como nos convém melhor. E isto é pior do que nunca ter visto o sinal, porque somos levados a errar, e a levar os outros em erro.

Depois de tanto escrever sobre o abstracto, retrato um caso muito simples: aproximar-me de uma pessoa que julgo especial.

Um dia sonhei com uma pessoa. Uma pessoa que convivo desde sempre e que até então nunca me tinha despertado qualquer sentimento para além da amizade. Mas os meus sonhos têm um enorme poder no meu coração, e continuam a perturbar-me mesmo depois de acordar. Então, depois de sonhar com essa pessoa, comecei a recordar situações passadas, que nenhuma importância dei na altura, mas que agora as interpretava de forma a que o sonho não estivesse tão longe da realidade. Mas foi um erro!!! Um truque que o meu sub-consciente me prega muitas vezes. Mas este erro foi longe demais. Isto porque me levou a aproximar dessa pessoa, a ligar-me a essa pessoa para além da amizade, segundo uma brincadeira perigosa. Deste modo, o que se tinha passado num simples sonho tornara-se realidade. Mas eu continuei sem perceber se o que estava a acontecer continuava a ser uma ilusão, mas desta vez do meu consciente, ou se desta vez a situação fazia sentido...

Bem, parece que me estou a afastar do tema principal deste texto, mas não. Isto tudo só para dizer que aceitei viver aquela situação porque julguei ter interpretado um sinal da vida, para que eu aproveitasse a situação que se estava a proporcionar, e assim eu estaria a passar pela vida, e a não a vê-la passar por mim. Mas e se eu estava errada e tivesse interpretado mal? E se a suposta interpretação tivesse sido feita de forma conveniente?

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