20080304

...já não gosto de ti...

Dizer "gosto de ti" é difícil, mas custa muito mais admitir "já não gosto mais de ti". Em certas relações, não é necessário esta declaração verbal, pois os actos revelam por si só este facto. Mas noutras, por muito que a pessoa queira dar a entender, só as palavras quebram o feitiço final.

Sou uma pessoa bastante directa e frontal, confundida até com bruta... Mas nestes casos, carrego no meu botão de delicadeza e confio no velho ditado que "para bom entendedor meia palavra basta". NÃO BASTA! Não no meu caso. O meu botão de delicadeza e indirectas deve estar avariado, transmitindo ao receptor a sensação de que não estou certa do que sinto e do que quero, e que ainda vou pensar! Mas será que não ouviste quando disse que estou bem como estou, sem o que tínhamos antes? Então opto pelo botão frontalidade e só aí é que percebes, mas mantens sempre um resto de ilusão... Assim também me magoas, porque queria que te desligasses de mim da forma menos dolorosa possível, e assim não facilitas!

"Já não gosto de ti", digo mais uma vez, acrescentando que não gosto como antes, que só aprecio a companhia, e depende da conversa. Creio que já nem a companhia, pelo menos quando estamos "aparentemente" sozinhos num cafés qualquer! É que acabamos por tocar no assunto incontornável do fim da relação, das razões, das situações em que nos magoámos. Eu faço-o na tentativa de exorcizar tudo o que passei, para aprender e não repetir os erros. Tu fá-lo na tentativa de perceberes onde errámos, qual foi a gota de água, mas admitindo sempre que a mudança é possível e que podia ser uma realidade.

"Já não gosto de ti". Opto por não ser mais cordial e amiguinha. Cada um vai à sua vida e pronto. Sem fase de transição, sem cafés, encontros só para falar, NADA!

"Já não gosto de ti". Digo isto para que sigas em frente. Fomos importantes mas já não somos. Fomos amigos, mas agora ainda não dá nem sei se dará. Fomos companheiros mas esquecemos o que isso era e confundimos com obsessão diária. Fomos confidentes, mas já não temos mais nada a dizer um ao outro. Fomos vida um do outro, e talvez isso tenha determinado o fim. Cada um tem que seguir a sua vida...

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