
O bilhete é só de ida, e não me arrependo no momento de não pensar num possível retorno. Por muito que te veja a olhar para a minha carruagem a partir, e depois a correres para ver se ainda a alcanças, eu nem me movo. Não porque não tenha consideração pelo teu sentimento, ou porque não me importe com a nossa viagem juntos. Não me movo porque acredito ser o melhor para os dois. Sei que corro o risco de um dia querer entrar na tua carruagem e já teres companhia de viagem, mas é um risco que vou ter de aceitar. A viagem ainda é longa e nunca se sabe!
O bilhete é só de ida e devias comprar o mesmo bilhete, embora que para outro destino. Ainda te recordo, mas a nossa viagem já não mora cá dentro como antes.
O meu bilhete não tem marcado o destino. Creio que vou parar em muitas estações até voltar a encontrar a carruagem certa, o comboio certo, e a linha certa para prosseguir viagem. De momento o comboio está a atravessar um túnel, e de cada vez que vê a claridade do dia, esta fica envolta pelo nevoeiro da indefinição do meu destino.
O bilhete é só de ida!
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